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domingo, 17 de julho de 2011

Borboletas no estômago

Eu amo uma pessoa. De verdade! Do fundo do meu coração eu admiro e sou apaixonada por alguém. Mil coisas aconteceram e uma amizade se transformou em namoro e anos depois mais mil coisas aconteceram, nos separamos, voltamos, nos separamos e cá estamos nós. Enroladas.

A questão é que existe um assunto... um assunto que eu morro de medo de tocar. Tenho medo da reação que o assunto pode acarretar.

Sinceramente, não existe nada além dela que eu pense nas últimas semana que ficamos separadas. Não teve ser humano que tirasse ela da minha cabeça. E mesmo depois de pensar muito, ver onde errei, ver onde ela errou, ver onde NÓS erramos... ainda tem muita coisa para se conversar... e muitas feridas a serem curadas.

Por mais que eu negue para alguns, é nela que eu penso quando acordo, quando procuro mensagens no meu celular, é ela que eu procuro no MSN e até na hora de ir dormir ela povoa meus pensamentos... E mesmo assim eu não sei se sou capaz de fazer ela acreditar nisso tudo. Nem tenho coragem de tocar nesse assunto que me faz sentir borboletas no estômago de tanto nervosismo....

terça-feira, 12 de julho de 2011

Na tentativa de seguir...

Só consigo pensar em uma coisa. O que quer que eu faça, onde quer que eu vá... existem vestígios nossos lá. A dor é enorme. Gigante, para ser sincera. A tristeza só não é constante porque não me deixo ser vencida por ela.

Meus sentimentos por ti foram e são os mais sinceros. O medo de te deixar é maior do que qualquer coisa que já senti. Tenho raiva ao saber dos teus planos. Nada que me falam me parece plausível e te vejo a mercê de tantas coisas. Queria poder te cuidar, mas não posso.

Se separar de alguém que significou tanto na vida é uma parte difícil, mas dizem que faz parte e que a dor passa. E isso não quer dizer que os sentimentos acabaram. Só quer dizer que uma etapa foi superada.

Ainda te amo, é isso que quero dizer. Mas nem sempre o amor traz a felicidade.

Me vejo com as mãos no rosto, pensando em ti cada vez que o tempo me permite parar para pensar. Deito, assisto a um filme e não consigo me concentrar... culpa tua. Culpa minha. Culpa de ninguém.

Nem mais nos sonhos acho meu refúgio.

domingo, 26 de junho de 2011

Refúgio

Minha casa é simples. Não é bem localiza, fica meio longe de tudo, mas é a minha casa e eu gosto. O refúgio mais certo que existe. Dificilmente está vazia mas é ainda mais impossível me sentir confortável lá dentro. Talvez sejam todos esses meus segredos, estou quase convencida de que preciso inventar uma boa história. Fazer eles felizes dizendo que, sim, tenho um namorado. Foda-se que isso seja mentira. Foda-se que eles não saibam que sou gay.

É ainda mais difícil ficar encarando marcação serrada. Ouvir indiretas de que vou ficar sozinha pra sempre ou algo do gênero. Também não aguento mais os comentários preconceituosos e mesmo assim não posso dizer nada. Se eu realmente inventar essa tal história, vai ser mais difícil rebater essas asneiras que ouço diariamente.

E agora? Fujo ou enfrento?
Pra onde quer que eu corra vai dar trabalho... E voltar pra casa talvez não seja mais tão fácil.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Eu e o Japão

Tem dias que por mais longe que eu vá, nunca é o suficiente.
Nessas horas eu penso em seguir meus sonhos,
jogar tudo pro alto e mandar a merda todos que disserem pra eu fazer o contrário.

Simplesmente pegar uma avião qualquer. Ir para lugar nenhum.
Mais difícil que isso é encher os pulmões de ar e as pernas de coragem.
Andar em linha reta e não olhar pra trás.

Melhor. Uma mochila cheia de coisas inúteis, o carrinho debaixo do braço
e uma certeza: se tudo der errado eu vou pelo menos dizer que tentei.
Não, não... para com isso. Chega. Não adianta ir pro Japão. As coisas vão continuar iguais.

O que precisa mudar esta dentro de mim e tudo o que eu preciso, nas minhas mãos.


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domingo, 19 de junho de 2011

Dúvida

Palavras soltas
sem sentido
me levam de volta pra casa

Frases curtas escritas com cuidado
e deliberadamente simples
que ocultam os desejos da alma

Textos longos,
porém incrédulos que
indubitavelmente foram escritos a ela

... mas que nunca serão lidos
graças ao comodismo e a facilidade de convivência com a dúvida....

Ambas separadas, reprimem aquele desejo incontrolável
[e que jamais será admitido]

Sorrisos largos

Como num suspiro os dias passaram e eu nem vi. Contigo tudo flui mais rápido. Não sei até que ponto isso é bom, mas no dia seguinte sempre trago sorrisos mais largos e um coração encharcado de sentimentos.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Músicas e memórias

Acabei de ouvir uma música que lembra muito a nossa música. Sabe aquela que no começo do namoro me fazia ter arrepios só de pensar em ti cantando para mim? Essa! A diferença é que o sentimento daquela época era de expectativa por algo que eu ainda não conhecia. Agora é diferente. Eu ouço e as esperanças se renovam. Acredito em nós duas. Te quero por perto. Não me deixa, por ti eu assumo meus sentimentos para o mundo inteiro se for preciso.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Meu desabafo: STJ reconhece união civil entre homossexuais

Ontem uma promessa de mudança aconteceu na sociedade onde eu vivo. O Supremo Tribunal Federal aprovou por unanimidade a legalidade do casamento entre homossexuais e garantiu direitos integrais. Ou seja, pessoas do mesmo sexo poderão constituir uma família e serão reconhecidas pelo Estado. Isso acarreta em direitos iguais entre homossexuais e heterossexuais. Todos nós vamos ter direito de dividir bens, herança, Previdência, entre outras questões.

Bem, eu vinha esperando esse resultado e acompanhando o processo todo pela internet já havia um tempo. Pensei que dia 4, quarta-feira, eu saberia o resultado, porém, o STF adiou a votação. Ontem dia 5 de maio veio o resultado e a tão esperada aprovação. Entrei na internet eufórica para ver o resultado. Meu pai sentado no sofá assistia ao telejornal e minha mãe em frente a porta da cozinha fumava um cigarro. Entre eles eu me encontrava sentada em uma cadeira com o computador no colo.

Minha mãe sabia o que eu procurava nas páginas de notícias da internet e a cara dela era de indiferença. O meu pai parecia em outro planeta, nem ai para o que eu estava vendo no computador. No mesmo momento que eu li o resultado, abri um sorriso no rosto. Foi como encontrar uma luz no fim do túnel. Nem Bolsonaro, nem ninguém estava conseguindo impedir a evolução da sociedade Brasileira.

Deu menos de um minuto e o telejornal começou a falar sobre o mesmo assunto. Meu pai entortou a boca e não falou uma palavra. O olhar era de reprovação ao que assistia. O discurso dos ministros era inspirador. Cada palavra enchia meu peito de alegria, mas eu não pude expressar nem a metade do que eu sentia naquele momento. Me conformei com um sorriso largo no rosto e algumas palavras de apoio às vozes que eu ouvia saindo da televisão. Minha mãe me olhou com os olhos arregalados, como quem implora para eu calar a boca. Eu obedeci.

Minha vontade era de sair pulando, gritando para todos os lados que agora eu poderia demonstrar o carinho e o amor que sinto por uma pessoa e ser reconhecida pelo Estado. Pode não parecer grande coisa, mas quando um homem e uma mulher se amam tanto a ponto de acreditarem que vão ficar juntos até o fim da vida, eles se casam. E por isso são mais respeitados pela família e reconhecidos por todos em volta: estão em um relacionamento sério. Ele tem suas responsabilidades e ela tem as dela. Estão formando uma nova família juntos.

Porém, quando se é homossexual o máximo que se poderia fazer é juntar as escovas de dente e morar de baixo do mesmo teto. Os vizinhos tentariam se convencer de que somos grandes amigas ou primas, irmãs e ao responder a pergunta de algum desses vizinhos sobre qual o nível de parentesco a resposta seria "não somos parentes, somos namoradas", bem... o pensamento é de que vai acabar logo, é um amor de juventude ou até mesmo nojo. Ou ainda "elas não acharam o homem certo para elas". Eu sei porque já ouvi isso dentro da minha própria casa e de pessoas que pensei que teriam a cabeça tão "aberta" quanto a minha.

O que eu estou querendo dizer é que essa possibilidade que foi aberta, essa luz no fim do túnel, veio principalmente para ajudar a desmarginalizar uma parte da sociedade que pode até ser minoria, mas que é muito expressiva e sofre muito preconceito. Eu posso falar do meu lado: o de mulher, com 20 e poucos anos e homossexual em um relacionamento sério. Nunca vi um homem mexer com a namorada/esposa de um cara que esteja passando na rua. Juro, nunca vi. Em contra partida é só eu dar as mãos para a minha namorada que aparece um idiota para largar uma letrinha. Se não para ridicularizar uma, "elogiar" a outra de maneira desconcertante.

Eu acredito que a partir de agora possa haver uma mudança de comportamento e olhar das pessoas que não convivem com homossexuais. Meu sobrinho de 8 anos encara com naturalidade o fato de uma menina ser a namorada da tia dele. Por que homens e mulheres, jovens, adultos, idosos não podem fazer o mesmo? Reconhecer que existe amor e que, sim, é possível construir uma família com uma pessoa do mesmo sexo.

Esse é o meu recado e o meu depoimento. Abaixo deixo um vídeo que a Record produziu e transmitiu ao vivo para o sul do Brasil com a participação da pedagoga Cláudia Penalvo, da ONG Somos, e a mãe do jornalista Alexadre Böer, a dona de casa Marisa Böer. Vale a pena assistir.


homossexualidade - 04.05.11 por hojeemdiars no Videolog.tv.

terça-feira, 26 de abril de 2011

De mãos atadas

A tristeza é um sentimento bem presente. Pelo menos, na minha vida é. Nem sempre foi assim. Já desconheci esse sentimento. Ou não o conhecia tão profundamente. É difícil senti-lo, envolve e aperta o coração. Normalmente vem acompanhado de lembranças.

No ano passado eu sofri uma perda muito grande. Foi em março, ainda era calor e eu mal olhei nos olhos dela. Lembro que naquele fim de semana eu e ela saímos e nos divertimos muito! Eu ri, conversei, abracei, bebi demais... nossa! Demais.

Não voltei para casa. Nem levei ela na casa dela. Deixei sob os cuidados do meu melhor amigo, que a entregou sã e salva. Lembro de ter respirado fundo ao constatar isso. Acho que era alívio e remorso por não te-la deixado em casa junto com ele.

Segunda-feira
Ela saiu da aula e veio até a minha sala entregar umas coisas que eu tinha emprestado. Fiquei horas tentado convencê-la a me esperar, mas o argumento dela me venceu e, convenhamos, era muito bom! Ela precisava ir pra casa porque tinha pizza! Eu ri.

Menos de 24 horas... Foi o suficiente para eu conhecer a tristeza. Ela se foi.

Uma dica: Diga todos os dias "eu te amo".

quinta-feira, 14 de abril de 2011

A saudade é o pior sentimento que existe. É o  mais teimoso e insistente de todos possíveis.